maio 16, 2008

Pipos de interior queimado!.


Existem duas hipóteses, para o nascimento da ideia de utilizar para amadurecimento do whisky, cascos com o interior das aduelas queimadas.
A primeira hipótese, com raízes vagamente lendárias, aponta para um forte incêndio ocorrido num armazém localizado nas Índias Ocidentais, que deixou alguns barris aí depositados, parcialmente queimados. À falta de melhor, voltaram a servir-se deles, e, espanto dos espantos, o Rum que envelheceu nesses barris reutilizados revelou-se muito melhor.
Após este facto a utilização de barricas queimadas tornou-se corrente para o amadurecimento do Rum e mais tarde do whisky.
A segunda hipótese, afirma que esta prática começou no Kentucky.
Sabe-se que para curvar as aduelas das pipas é preciso aquecê-las ao vapor e ao fogo.
Segundo consta, um belo dia, no decurso desta operação, algumas teriam sido atingidas pelo fogo que aquecia a água. Serviram-se, na mesma, das aduelas queimadas e tiveram a mesma revelação que a da lenda das Índias Ocidentais.
Este última versão é mais difícil de imaginar, pois as gentes do Kentucky, não me parece que tenham sido tão negligentes numa actividade tão séria como é a da fabricação de barricas destinadas ao whiskey!!.
Poder-se-á ainda ventilar uma terceira versão, bastante mais rebuscada, e claramente de cunho Sacro-Santo: "Tudo o que o fogo não destrói, como ouro, prata, bronze, ferro, estanho e chumbo, deverá ser purificado pelo fogo" (Isaías, 31.23)
Qualquer que seja a origem desta prática, a madeira queimada melhora e amacia o álcool, ao qual dá cor e corpo.

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